Volta e meia, lideranças políticas catarinenses reclamam que o Estado contribui demais com impostos à União e recebe de menos em retorno. A crítica é comum e até legítima. Mas perde força quando observamos a postura do próprio governador diante das oportunidades de diálogo institucional com o governo federal.
Nesta quarta-feira (29), o presidente Lula esteve em Santa Catarina para uma visita ao porto de Itajaí — uma pauta essencial para o desenvolvimento do Estado. E o que fez o governador Jorginho Mello? Evitou o encontro mais uma vez. Criou outra agenda e não esteve presente.
A atitude pode até agradar parte de sua base ideológica, mas prejudica o Estado. Governador não foi eleito para ser militante de rede social. Foi eleito para representar todos os catarinenses, inclusive os que pensam diferente. Governar exige diálogo, maturidade e, principalmente, capacidade de separar o pessoal do institucional.
Fala-se muito em “menos Brasília, mais Santa Catarina”. Mas como exigir mais da União se o próprio governador se nega a sentar à mesa com o presidente da República? Como cobrar repasses, obras e investimentos se não há nem disposição de conversar?
Jorginho Mello tem o direito de discordar de Lula. Mas como governador, tem o dever de representar Santa Catarina com altivez e responsabilidade — não com omissão disfarçada de coragem.
Quem foge do diálogo não governa. E quem perde com isso não é Lula, é o povo catarinense.
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