Saiu no Diário Oficial, seco e silencioso como costumam ser os recados bem dados no submundo da política. A Portaria nº 1054, de 6 de maio de 2024, assinada pelo diretor de RH da Assembleia Legislativa, exonera Ledavina Zago Tesório do cargo de Secretária Parlamentar, lotada na 1ª vice-presidência. Não houve nota, nem agradecimento, nem explicação. Apenas a caneta.
Mas para quem conhece a trajetória de Ledavina — ex-prefeita de Peritiba, empresária reconhecida, liderança política regional — esse silêncio grita. Grita porque ela não era qualquer nome. Foi braço direito de Edilson Massocco na campanha de 2022, andou de porta em porta, pediu voto, defendeu o projeto. Foi recompensada com a nomeação na Alesc, assim como outros integrantes do grupo político do então deputado estadual, que renunciou ao mandato para virar prefeito de Concórdia.
Desde então, o grupo permaneceu na estrutura da Assembleia, amparado, segundo dizem nos bastidores, por um acordo informal entre Massocco e os deputados que assumiram o comando dos cargos. A política do “fio de bigode”. Massocco não seria candidato a nada em 2026 — esse teria sido o combinado. Mas o tempo passou, e agora há rumores insistentes de que ele pode disputar novamente uma vaga de deputado.
Eis que Ledavina é exonerada, de forma repentina, sem cerimônia. Coincidência? Ou aviso?
Há quem diga que ela virou vítima do sistema. Um sistema que não tolera lealdade fora de controle, que cobra promessas sussurradas nos corredores e que não coadula com desvios de rota. Massocco ameaça mudar a rota combinada nos bastidores em Florianópolis, e a exoneração de Ledavina parece um recado direto.
Ledavina pode ter sido apenas o primeiro nome a cair. Pode não ser a última. Mas seu desligamento não é só um ato administrativo. É um gesto político. E talvez seja também um alerta para todos os fiéis escudeiros que ainda acreditam que gratidão e palavra bastam para garantir lugar no tabuleiro.
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