Fusão entre PSDB e Podemos fracassa após resistência interna e impasse jurídico

Depois de meses de tratativas, o processo de fusão entre PSDB e Podemos naufragou oficialmente nesta semana. As duas siglas comunicaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a desistência da união, que havia sido anunciada em novembro do ano passado sob a promessa de criação de uma “nova social-democracia brasileira”.

 

O movimento enfrentou resistências desde o início, especialmente por parte de setores do Podemos ligados à deputada Renata Abreu (SP), presidente nacional do partido. A parlamentar defendia maior autonomia para a legenda e questionava o protagonismo dado ao PSDB nas negociações.

 

Além dos conflitos políticos, também pesaram entraves jurídicos envolvendo controle partidário, distribuição de recursos do fundo eleitoral e possíveis disputas por diretórios regionais — com destaque para estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina, onde os partidos têm estruturas consolidadas.

 

Com o fim do processo, cada partido seguirá seu próprio caminho nas eleições de 2026. Nos bastidores, dirigentes do PSDB avaliam retomar a articulação com outras siglas de centro-direita, enquanto o Podemos deve apostar em candidaturas regionais e em um discurso de renovação sem vinculação automática à velha guarda tucana.

 


O episódio escancara as dificuldades enfrentadas pelas legendas tradicionais em tempos de reconfiguração partidária e crise de representatividade. A sonhada “terceira via”, ao menos por enquanto, segue sem fusão e sem força.