Universidade Gratuita: filha de prefeito do PL com renda de quase R$ 40 mil faz Medicina de graça e revolta estudantes

A notícia de que a filha de um prefeito filiado ao PL teve a bolsa renovada para cursar Medicina de graça, mesmo com uma renda familiar declarada de R$ 37.808,23 mensais, causou indignação entre estudantes e reacendeu críticas à gestão do programa Universidade Gratuita, do Governo de Santa Catarina.

 

O caso que está repercutindo em diferentes veículos de imprensa, levanta questionamentos sobre a efetividade dos critérios de seleção e reforça as denúncias sobre possíveis falhas de controle na concessão das bolsas. Embora não haja confirmação de irregularidade específica nesse caso, ele passou a ser citado como exemplo de possível distorção no uso dos recursos públicos.

 

O episódio ocorre em meio à repercussão do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC), que aponta que quase metade das bolsas concedidas em 2024 podem estar irregulares. Segundo o órgão, 18.383 estudantes não atenderiam os critérios de renda familiar exigidos, gerando um potencial prejuízo de R$ 324 milhões aos cofres públicos.

 

Estudantes relataram frustração nas redes sociais, afirmando que, apesar de se enquadrarem nos critérios de baixa renda, não conseguiram bolsa, enquanto candidatos com alta renda e ligações políticas foram contemplados. Em alguns cursos, como Medicina, o número de bolsas concedidas é extremamente restrito: em uma das instituições, apenas 14 estudantes foram selecionados entre mais de 360 inscritos.

 

O relatório do TCE já foi encaminhado ao Ministério Público, à Controladoria-Geral do Estado e à Assembleia Legislativa. O governo afirma que adotará medidas corretivas, incluindo a criação de um canal de denúncias, auditoria interna e revisão nos critérios de avaliação.

 

Enquanto isso, cresce entre os estudantes a sensação de que o programa, criado para promover inclusão, pode estar sendo usado de forma distorcida — beneficiando quem já tem privilégios.