O Governo de Santa Catarina contratou os serviços de um helicóptero por até R$ 15 milhões em um período de dois anos. A empresa vencedora da licitação foi a Aerosul Táxi Aéreo, sediada no Paraná. A sessão pública para escolha da prestadora ocorreu em apenas 14 minutos, o que contribuiu para o questionamento sobre a transparência do processo.
A polêmica, no entanto, vai além da celeridade da sessão. O piloto-chefe da proposta vencedora, Jamisson de Lima Barreto, teve as licenças cassadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 2018, sob acusação de falsificação de documentos. Barreto teria forjado diários de bordo para simular horas de voo e tentado obter cargos de confiança na própria agência reguladora, de acordo com relatório técnico da Anac.
Apesar das denúncias, o nome de Jamisson Barreto aparece na proposta como representante técnico da Aerosul. Em nota, o governo do Estado afirmou que o piloto não terá vínculo com a execução operacional dos voos e que sua participação se restringe à função técnica na documentação da empresa. A Anac, por sua vez, limitou-se a dizer que não pode divulgar informações sobre a situação atual das licenças de profissionais da aviação civil em razão da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Conforme consta em registros públicos, Barreto obteve três habilitações e duas licenças em 2022, mas ainda há dúvidas quanto à regularidade desses documentos e sua validade para operações com helicópteros.
A Aerosul Táxi Aéreo foi procurada por diversos veículos, mas não respondeu aos questionamentos sobre o envolvimento de Barreto ou sobre a qualificação da equipe que irá operar o serviço contratado pelo governo catarinense.
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