Cárcere e tapa no rosto: MP denuncia vice-prefeito de Lages por crimes de lesão corporal

O vice-prefeito de Lages, Jair Junior, foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por crimes de lesão corporal praticado duas vezes, cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo informático. Dessa forma, o político se tornou réu em uma ação penal e pode ser julgado pelos crimes.


Jair Júnior foi preso no dia 22 de março, suspeito de violência doméstica contra a ex-namorada, e solto no mesmo dia após uma audiência de custódia e fixação de fiança. A vítima relatou à polícia que o relacionamento durou cerca de um ano e terminou há dois meses, período em que o vice-prefeito não teria aceitado a separação e passou a procurá-la insistentemente. Um pedido de impeachment foi aberto pela Câmara de Vereadores, mas uma liminar suspendeu o processo e os trâmites estão paralisados.

 

Os detalhes dos crimes

 

O MPSC detalhou os supostos crimes de Jair Júnior. Segundo o MP, ele já teria agredido a ex-namorada pelo menos uma vez, no dia 1° de janeiro de 2025, depois de tomar posse para o cargo público. Os dois, à época, ainda namoravam, e ele teria apertado os braços e o rosto da mulher. O motivo, segundo a denúncia, seria por ela não querer postar uma foto com ele nas redes sociais.

 

Na noite anterior ao dia em que Jair Júnior foi preso, ele teria convencido a ex-namorada a entrar no carro para tentar reatar o relacionamento. Assim que percebeu que a tentativa seria em vão, o político teria dado a partida no carro e levado a vítima à força até sua casa. Lá, ele chaveou as portas e janelas e ligou o ar-condicionado para que os gritos de socorro não fossem ouvidos pelos vizinho, segundo a denúncia.

 

Com isso, ele teria se trancado no banheiro e tentado acessar o celular da mulher, mas não conseguiu. Jair Junior chegou a pedir a senha do aparelho com o objetivo de apagar mensagens comprometedoras, mas a vítima não atendeu ao pedido. Ele, então, bateu no rosto da mulher com tapas e a sufocou com um travesseiro.

 

O que diz a defesa 

 

O advogado de Jair Junior, Francisco Ferreira, diz que "causa perplexidade à defesa o fato do Ministério Público, em site próprio da instituição, tenha divulgado fatos que constam da denúncia ofertada contra o investigado Jair Junior, o vice-prefeito de Lages, haja vista que o processo tramita desde o seu início em segredo de justiça, e não poderia então, em vista disso, o próprio MP, que é o guardião da lei, tê-la.

 

“Por outro lado, a denúncia por si mesma acrescenta versão absolutamente unilateral por parte da vítima buscando, inclusive, através dessa divulgação danosa sob todos os aspectos, a condenação pública do investigado em flagrante prejuízo do princípio constitucional da presunção da inocência”, conclui.

*Com informações da NSC