Em Concórdia, o transporte coletivo urbano voltou ao centro do debate público. No ano passado, o subsídio tarifário foi duramente criticado pelos então candidatos à Prefeitura e à Câmara de Vereadores. O atual vice-prefeito, Fábio Ferri e o presidente da Câmara de vereadores, Closmar Zagonel posicionaram-se contra a prática. Agora, no exercício do poder, assumem que o subsídio é necessário — e mais do que isso: defender ampliar seu valor.
Em 2024, foram R$ 3,5 milhões em subsídios para manter a tarifa em R$ 4,50. Em 2025, o subsídio deve se aproximar de R$ 6 milhões, com a tarifa reduzida a R$ 1,50. Uma mudança significativa, que deixa uma pergunta no ar: se o subsídio é, agora, ferramenta legítima para viabilizar o sistema, por que não avançar para a tarifa zero?
Concórdia tem um orçamento gigantesco — ultrapassa os R$ 600 milhões. Há dinheiro para bancar esse processo. Além disso, o prefeito Massocco é aliado direto do governador Jorginho Mello, o que lhe garante acesso ao governo estadual e possibilidade real de apoio em Florianópolis para manter e expandir o sistema.
Se o prefeito Massocco e o vice Ferri, agora reconhecem que o transporte coletivo precisa de aporte financeiro para funcionar, e se os recursos existem, talvez seja hora de dar o próximo passo. Tarifa zero não é utopia: é uma política pública em expansão em diversos municípios brasileiros, com benefícios comprovados na mobilidade, no meio ambiente e na inclusão social.
Afinal, se aqueles que criticam de ontem, se transformar nos principais defensores do subsídio que se transforma na solução de hoje, que a solução de hoje seja o ponto de partida para a transformação de amanhã. Os vereadores e a prefeitura que ampliem o debate e com coragem aprovem a tarifa zero no transporte coletivo de Concórdia.