Prefeitura anuncia passagem de R$ 1,50 no transporte coletivo, subsídio pode chegar a R$ 6 milhões

A recente decisão da Prefeitura de Concórdia de reduzir o valor da passagem de ônibus urbano para R$ 1,50 é uma medida importante para quem se utiliza do transporte coletivo. Se a passagem custa menos, sobra mais para comprar comida, por exemplo.

 

Ou seja, primeira vista, uma medida popular e de forte apelo social. No entanto, quando observamos os dados mais amplos da política tarifária do município, surgem pontos que merecem reflexão.

 

Até recentemente, a tarifa era de R$ 4,50, com um subsídio público de R$ 3,5 milhões. A nova medida reduz a passagem a um terço do valor anterior — o que representa, para o usuário, uma economia considerável. No entanto, é necessário entender que o valor do subsídio pode chegar a R$ 6 milhões, segundo cálculos técnicos com base no contrato de concessão.

 

O transporte público tem despesas com pessoal, combustível, manutenção, etc. Se o valor cobrado dos usuários cai, o subsídio tende a aumentar. Pelo menos esta é a regra, com base em dados e fatos, salvo o prefeito Massocco tire um coelho da cartola.

 

A grande dificuldade do transporte coletivo em Concórdia é o baixo números de passageiros - a medida de baixar a passagem para R$ 1,50, amplia o acesso ao transporte, principalmente para a população de baixa renda. Porém, é preciso cuidado para que não se crie uma ilusão - na outra ponta da planilha - isto representa mais subsídio para bancar o sistema. Não há café, almoço, nem janta de graça. No caso de Concórdia, informações palacianas indicam que para bancar a passagem a R$ 1,50 a prefeitura vai subsidiar algo em torno de R$ 6 milhões.

 

A redução da passagem para R$ 1,50 é positiva para a população no curto prazo, mas precisa vir acompanhada de clareza, planejamento e responsabilidade fiscal. Caso contrário, corremos o risco de trocar um problema (tarifa alta) por outro (subsídio insustentável).